O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, lançaram oficialmente nesta sexta-feira (04/02) o Parque do Carbono, o plantio de 410 mil mudas na área mais degradada do Parque Estadual da Pedra Branca, maior floresta urbana do mundo, com 12,5 mil hectares. O reflorestamento vai abranger 204 hectares, o equivalente a 204 campos de futebol, da vertente norte da unidade de conservação, em Piraquara, Realengo, na Zona Oeste da Cidade.
O trabalho de reflorestamento é fruto de compensação ambiental da Petrobras pela exploração da camada de pré-sal do Campo de Lula. Desenvolvido pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o Parque do Carbono tem o objetivo de estabelecer parcerias entre a iniciativa privada e o governo estadual para a compensação de emissões de gases de efeito estufa por meio do reflorestamento de áreas degradadas do Parque Estadual da Pedra Branca.
Ao todo, serão utilizadas mais de 50 espécies nativas de Mata Atlântica. Minc explicou que, com o crescimento das árvores, será feita a compensação, no estado, de grandes emissões de gases que provocam o efeito estufa.
“A nossa meta é plantar 24 milhões de árvores até 2014. As próximas etapas do Parque do Carbono já estão garantidas: a compensação pela construção do Arco Metropolitano vai gerar o plantio de 1,5 milhão de mudas. Além disso, um contrato firmado com o BNDES, aprovado na última segunda-feira, será responsável pelo plantio de mais um milhão de mudas, sendo que a nossa contrapartida será aumentar os guarda-parques e retirar espécies invasoras”, afirmou o secretário. Somente no Parque da Pedra Branca, está previsto o plantio de 2,6 milhões de mudas de Mata Atlântica.
A presidente do Inea, Marilene Ramos, disse que a implantação do Parque do Carbono é uma iniciativa pioneira no estado e que as compensações ambientais são uma novidade. “Não tínhamos no licenciamento ambiental a exigência da compensação ambiental, que agora passará a ser mais um quesito para a emissão desse documento. E a Petrobras saiu na frente com essa compensação, o que permitirá recuperar um dos mais importantes parques do estado. O plantio e a manutenção das mudas serão feitos pela Cooperativa Babilônia, formada por pessoas da própria comunidade. Além da preservação ambiental, a iniciativa também gera empregos verdes, uma vez que o reflorestamento será feito por 40 pessoas da cooperativa”, disse Marilene Ramos.
Ela ressaltou o empenho do governo estadual em aumentar a área protegida do território e destacou que, nos últimos quatro anos, o governo aumentou em 50% o número de áreas protegidas, passando de 120 mil para 180 mil hectares.
Marilene Ramos também destacou que, no Projeto Iguaçu, de controle de inundações dos rios Botas, Iguaçu e Sarapuí, na Baixada Fluminense, também está previsto o reflorestamento das margens de suas nascentes.
O diretor de Biodiversidade do Inea, André Ilha, ressaltou a importância desse trabalho para a restauração da biodiversidade do Parque da Pedra Branca, que abrange desde Vila Valqueire a Bangu, na Zona Oeste. “A restauração da Mata Atlântica é um compromisso nosso com vistas à Copa de Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016”, acrescentou.
André Ilha também informou que o parque terá seus limites alterados. O plano de manejo será elaborado pelo Instituto Ipê, de São Paulo, que ganhou a licitação. Segundo ele, a proposta deverá excluir áreas hoje ocupadas e incluir partes fundamentais do ponto de vista ambiental que não estão contempladas. “Esse estudo vai fundamentar um projeto de lei, instrumento legal para concretizar a mudança dos limites do parque”, destacou.
Em 2008, o Parque do Carbono recebeu seu primeiro projeto-piloto: o plantio de mudas para compensação das emissões do filme Linha de Passe. O atual reflorestamento será custeado pela Petrobras e seus parceiros BG E&P do Brasil e Petrogal Brasil. O Instituto BioAtlântica (IBio), que tem convênio com o Inea para a captação de recursos para investimentos no Parque do Carbono, será o responsável pela parte operacional do plantio.
Também estiveram presentes ao evento o diretor do Instituto BioAtlântica (IBio), Beto Mesquita; Marcos Cerqueira, da Petrobras, a gerente do Serviço Florestal do Inea, Dália Pais, entre outras autoridades.
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