A Superintendência Federal de Agricultura no Rio (SFA-RJ) inaugurou em sua sede, nas Praça Mauá, nesta quarta-feira (06/10), um ecoponto para coletas de óleo de cozinha usado e de materiais recicláveis. A iniciativa é resultado do incentivo da Secretaria de Estado do Ambiente e o Instituto Estadual do Ambiente para inclusão de parceiros no Programa de Reaproveitamento de Óleo Vegetal (Prove) e de Coleta Seletiva Solidária.
A medida visa a estimular o descarte adequado de produtos como papéis, plásticos, vidros e outros materiais recicláveis entre os funcionários do órgão vizinho a SEA e ao Inea, bem como, do óleo de cozinha usado também no restaurante da SFA-RJ. Além de instalar coletores específicos de coleta para os recicláveis e uma bombona para o óleo, o órgão está organizando um programa de capacitação do pessoal de serviços gerais.
O coordenador do Prove, Eduardo Caetano de Lima, representando a Secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, ressaltou a contribuição ambiental e social da iniciativa citando os avanços obtidos pelo programa. Para incentivar adesões entre os funcionários para que evitem despejar o óleo de cozinha na rede de esgotos lembrou que um litro de óleo contamina um milhão de litros de água.
- Além da questão ambiental, o óleo compromete as tubulações devido ao estrangulamento causado pelo acúmulo de gordura, o que acaba causando problemas como inundações nas cidades em períodos de chuvas intensas, por exemplo. Se descartado de maneira adequada, o óleo de cozinha tem diversas aplicações. É especialmente destinado à produção de sabão pastoso, aquele que usamos para lavar louças – explicou Caetano.
Segundo o coordenador do Prove, o programa atualmente coleta cerca de 500 mil litros de óleo de cozinha usado por mês, por meio de 40 cooperativas credenciadas. Esse volume, no entanto, não representa nem 20% do total que é descartado, que é de aproximadamente 6 milhões de litros por mês. Caetano destacou, porém, que os materiais recicláveis, sobretudo o óleo de cozinha usado, geram emprego e renda e podem proporcionar a auto-gestão das cooperativas.
Os coletores estão posicionados em locais de acesso dos funcionários para facilitar a coleta. Para o descarte, o óleo deve ser acondicionado em garrafas PET, que devem ser depositadas bem fechadas no recipiente coletor, de modo a evitar vazamentos durante o manuseio. O transbordo será feito pelas cooperativas integrantes do programa, responsáveis por recolher o produto, e transportado até os locais de reaproveitamento.
A coordenadora de Coleta Seletiva do Instituto Nacional de Tecnologia, Alba Livia, falou sobre a experiência do órgão que há quase dois anos estimula a coleta de recicláveis entre seus funcionários. Conforme relatou, no primeiro ano foram recolhidas 3,3 toneladas de materiais recicláveis e mil litros de óleo combustível usados no laboratório do órgão.
- Esses materiais que para nós são apenas lixo, para as cooperativas de catadores representam a sobrevivência de centenas de famílias – disse, mencionando ter entendido essa relação com o presidente da Cooperativa de Amigos do Meio Ambiente (Copama), Luiz Carlos Fernandes, que também participou do evento.
De acordo com Fernandes, a Copama reúne 63 cooperados. Muitos catadores que antes sobreviviam da coleta com a instabilidade de não terem uma atividade regular, hoje dispõem de direitos trabalhistas, dignidade e cidadania. - Muitos que não tinham sequer onde morar conseguiram comprar a casa própria, estudar e até ser aprovado em concurso público – citou.
O superintendente da SFA-RJ, Pedro Cabral, encerrou a atividade elogiando a iniciativa do Núcleo de Qualidade de Vida e da Associação dos Servidores da Agricultura e exortando a efetiva prática da coleta seletiva no órgão. - Vamos fazer funcionar, por em prática. Essa iniciativa é de cada um e de todos – defendeu Cabral.
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