segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mutirão de limpeza marca o Dia Nacional de Cidadania

Pelo terceiro ano consecutivo, o Rio de Janeiro participa do mutirão nacional de limpeza dos rios, lagoas, praias e áreas verdes. Na manhã deste sábado (06/11) a Lagoa Rodrigo de Freitas foi palco do movimento, que aconteceu simultaneamente em todas as capitais brasileiras. O evento batizado de “Dia Nacional de Cidadania”, contou com a participação de estudantes, empresários e demais representantes da sociedade civil, comprometidos com a preservação ambiental.

As atividades começaram às 9h com a participação de estudantes da rede pública de ensino e coordenadas pela Secretaria Estadual do Ambiente, pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e pelo Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Rio de Janeiro (Seac-RJ) - que representa 1.500 empresas e 150 mil empregados diretos em todo o Estado.

No local foi montado um estande do Instituto Casa do Pau Brasil, ONG fluminense de caráter científico, educativo e cultural, que visa prioritariamente a conservação e a recuperação ambiental. Um mutirão de limpeza teve início às 9h, quando estudantes do curso técnico de Meio Ambiente do Colégio Pedro II fizeram uma coleta de lixo no entorno de um trecho da Lagoa.

Em seguida, selecionaram o material, classificando-o entre plástico, papel, metal, vidro, madeira, borracha, tecido e matéria orgânica, antes de encaminhá-lo à Comlurb. Ainda durante o evento, crianças do grupo Peti na Lata apresentaram o Hino Nacional usando instrumentos de percussão feitos com material reciclado. O grupo, liderado pelo maestro Edu Pinheiro, é coordenado pelo programa de Erradicação do Trabalho Infantil do município de São Gonçalo.

Um comentário:

  1. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL QUE PRECISAMOS NO SÉCULO XXI



    Uma frase ouvida recentemente de um ativista ambiental – “atuamos sobre os efeitos e não sobre as causas” – sintetiza a tendência de, para simplificar a discussão, optamos por não assumir a plenitude do discussão, relegando a uma posição menor a necessidade de encontrar soluções. Ou seja, “é melhor conviver com o problema do que gerar as soluções”.

    Acredito que as duas frases é que definem, em relação à Educação Ambiental, a real necessidade de uma reflexão de alguma de suas bases.

    Este contexto não é diferente em outros países (tomamos como base pesquisa que o NEPA realizou para a Associação Portuguesa de Educação Ambiental / ASPEA, comparando os resultados com pesquisa realizada para o MEC.

    A proposta não está baseada em opiniões pessoais – em EA este tipo de postura vale muito, pois se admite “ter longa experiência na área” o que, em muitos casos, sem ter uma componente de “avaliação de resultados, fica restrita a “pensar que tudo vai bem, e não pode ficar melhor”.

    A iniciativa do NEPA em “induzir uma reflexão sobre a EA do século passado e aquela que precisamos para o século XXI” tem nos revelado algumas resistências daqueles que partem do princípio que esta reflexão é um “processo de identificar e reconhecer falhas” e, deste modo, não tem interesse que isso ocorra. Entende-se esta “postura reativa”, mas a postura do NEPA deve ser entendida como de “aprimorar pontos” até hoje adotamos como paradigmas..
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    Nosso grupo adota a postura de “sustentar posições” tendo como base dados pesquisados, e respeita as opiniões dos demais (não poderia ser diferente para quem pretende uma reflexão conjunta), mas que estas outras opiniões venham também lastreadas em fatos, de modo que seja possível comparar experiências em diferentes contextos.

    Essa é uma postura que a sociedade não pode se negar a fazer sob pena de estar assumindo a idéia de que o princípio da prevenção não tem espaço no âmbito da Educação Ambiental.

    Observando os valores financeiros alocados a Programas de Educação Ambiental ver-se – á que são valores altamente significativos, aportados pelos diferentes segmentos sociais, públicos e privados. Porém se, em contrapartida, tentamos identificar quantos destes programas tem propostas de avaliação de sua eficácia junto à comunidade ao qual o programa foi aplicado, teremos uma (também) significativa frustração.

    Analisando pelos extremos, ou não há necessidade de “avaliar resultados de Programas de EA” ou está faltando que este aspecto seja obrigatório no processo de aprovação de tais programas.

    Concordamos que os resultados de um programa dessa natureza só pode ser mensurados em um horizonte muito amplo de acompanhamento (gerações), mas não podemos aceitar que não se possa lançar mão de “avaliações em curto prazo” onde se tente mensurar a diferença – certamente positivo - entre o nível de percepção ambiental do segmento que irá receber o programa e aquele avaliado após sua conclusão.

    Como, quase sempre, “o ótimo é o inimigo do bom”, não se aceita um encaminhamento “bom”, pois estamos à procura do encaminhamento “ótimo”, não se justifica..
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    Vivemos tempos de um novo século, contexto que nos permite e exige a abertura das mentes para novas reflexões.

    Já evoluímos muito na área da conscientização ambiental da sociedade, fato que se deve unicamente aos resultados da Educação Ambiental adotada no século XX, mas não há como prescindir da necessidade de reavaliar premissas, através de ações (boas e ótimas) que permitam estruturar um processo de avaliação contínua de resultados.



    Roosevelt S. Fernandes
    Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA
    roosevelt@ebrnet.com.br

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