RIO - A fim de acompanhar as mudanças que vêm ocorrendo no mundo, com o aumento da preocupação com as questões energéticas e o surgimento de conceitos ambientais modernos - como o da sustentabilidade - a arquitetura vai aos poucos se vendo impelida a alterar sua forma de projetar. No Rio, um dos melhores exemplos da mudança está nas novas estruturas do colégio Mopi, localizado na Barra da Tijuca.
Há pouco mais de seis meses em funcionamento, a nova filial do colégio tem sido assunto em revistas especializadas de arquitetura dentro e fora do Brasil. É que, além de possuir linhas não-usuais, a estrutura foi toda feita com base em um conceito eco-eficiente. A preocupação ecológica começa desde a fachada, que é feita com madeira certificada e cobre oxidado, formando o desenho de uma grande árvore.
Do lado de dentro, outros detalhes mostram que o projeto teve sérias preocupações ambientais. Os pisos do pátio são todos em material reciclado (pet e borrachas de pneus). A água da chuva que cai sobre o telhado é recolhida e acumulada em um tanque reservatório, para uso nos banheiros e para regar as plantas do jardim. A água da piscina e dos vestiários é aquecida por meio de um misto de energia solar, com a utilização de painéis, e energia elétrica. Os banheiros também contam com temporizadores para torneiras e sistemas de descargas de dois estágios para os sanitários, que descarrega um volume maior de água para resíduos sólidos e outro menor, para líquidos.
Outros pontos que foram muito bem aproveitados são a ventilação e a iluminação naturais. O colégio foi projetado em forma de "U", com corredores abertos interligando os prédios. Além disso, foram usados nas salas de aula vidros com propriedades translúcidas e acústicas, uma tecnologia alemã, que permitem a entrada de luz e isolam o som externo.
Para o projetista da estrutura, o arquiteto Rafael Patalano, algumas das técnicas utilizadas na nova filial do colégio Mopi já são conhecidas há muitos anos pelos arquitetos. Ele explica que o que hoje é chamado de sustentabilidade já era conhecido pelos arquitetos modernistas como "comforto ambiental".
A próxima novidade do colégio será a criação de um jardim suspenso, que está sendo construído sobre a laje de concreto do edifício. De acordo com o arquiteto Rafael Patalano, o jardim será inaugurado em janeiro de 2010 e vai contribuir para ajudar ainda mais na ventilação do prédio, já que as plantas e a própria terra ajudam a dissipar o calor.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
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